Capítulo 32

Claire

Incomodada com tudo o que acabara de ver, peguei o garfo e espetei um pedacinho de batata no prato à minha frente. Levei-o à boca, mastigando lentamente, como se o ato de comer pudesse abafar o nó de ansiedade que crescia no meu peito. Jean-Luc estava sentado ao meu lado, sua postura impecável, mas seu olhar não era de conforto. Ele me encarava com aquela leveza controlada que eu começava a identificar como uma máscara, e, apesar de tudo, ele não sorria.

À cabeceira da mesa, Franz começou a puxar o assunto, sua voz soando firme e despreocupada enquanto falava em alemão com os demais. Minha atenção voltou-se ao prato, enquanto meus ouvidos tentavam pegar alguma palavra familiar naquela conversa fluida e quase ensurdecedora. Claro que eu não entendi nada; meu alemão era inexistente, e, diante daquele ambiente, essa barreira linguística parecia uma afronte pessoal.

Não resisti e os encarei de soslaio. A mesa estava cheia de figuras que parecem ter saído de um filme noir: elegantes
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