O dia amanheceu lindo, como se até o sol tivesse decidido contemplar a inauguração da nova loja da Maison Bianchi.
Levantei-me enquanto Clara ainda dormia profundamente, os cabelos ruivos espalhados pelas almofadas como fios de cobre sob a luz suave da manhã. A respiração tranquila dela parecia embalar o quarto, e por um momento fiquei apenas observando — era impossível não sentir orgulho da mulher que estava ao meu lado.
Fui até a sacada, acendi um charuto cubano, e deixei que a fumaça se misturasse ao ar fresco de Milão, já desperta em murmúrios e sinos distantes. O telefone vibrou sobre a mesinha ao lado. Na tela, o nome Graziela.
— Bom dia, Grazi — falei ao atender.
— Lindo dia, Lorenzo! — respondeu entusiasmada. — Queria estar com você hoje, meu irmão. Sei o quanto cada uma das suas criações é importante pra você.
— Não se preocupe com isso, Grazi. Como estão você e o Harry? — perguntei, soprando a fumaça devagar.
— Todos bem, Lorenzo. E vocês? E o bebê?
— Estamos bem. O bebê com