Pela manhã, desci as escadas. O silêncio reinava na mansão.
Meus pais já estavam à mesa. Sentei-me.
Minha mãe apenas me lançou um olhar — nenhum gesto, nenhuma palavra.
E, para ser sincero, isso era bom. Vindo dela, o silêncio era uma bênção.
Após o café, fui até a sacada que dava vista aos jardins. Levei comigo o notebook.
Respondi alguns e-mails, analisei as últimas fotos enviadas da loja em Milão. Tudo parecia seguir dentro do controle — como eu sempre gostara. Clara me mandou uma mensagem dizendo que já estava a caminho da loja.
Tudo corria em perfeita paz.
Mas era paz demais… e eu já aprendera que, na minha vida, a calmaria sempre precedia a tempestade.
A manhã seguia tranquila quando o celular começou a vibrar.
Uma vez. Duas. Na terceira, atendi.
O nome de Matteo apareceu na tela — e, naquele instante, meu peito gelou.
Eu sabia. Era sobre Clara.
— Senhor… aconteceu uma tragédia. — A voz dele tremia. — A senhorita Clara foi vítima de um acidente de trânsito. Um carro a atropelou