Os primeiros raios de sol mal haviam tocado o horizonte e eu já estava de pé.
Marco veio nos buscar para levar até a pista de voo. Clara acordou sonolenta, recusou o café e seguimos direto para o avião.
A viagem seria longa — cerca de nove a dez horas — e só chegaríamos a Nova York no fim da tarde.
O voo transcorreu tranquilo, mas o cansaço pesava. Quando pousamos, Clara me disse que queria ir até o apartamento dela contar a notícia a Rafaela. Mesmo desejando mantê-la comigo, entendi seu desejo e a levei até lá.
Estacionei em frente ao prédio e hesitei. Ainda me sentia constrangido pelos últimos acontecimentos.
— Vamos, Lorenzo. A gente só fala com a Rafaela e depois você vai embora — insistiu ela com aquele tom que sempre me desarmava.
Acabei subindo.
Assim que entramos, encontrei James na sala. Senti que devia conversar com ele — afinal, eu quase havia matado o irmão dele. Clara seguiu para a cozinha, onde Rafaela estava, e eu fiquei com James.
— James, eu gostaria de pedir desculpa