O dia seguiu seu curso em meio aos compromissos e telefonemas. No fim da tarde, participei de uma reunião por vídeo com o gerente da minha loja em Londres. Conversamos sobre a nova coleção de inverno, os ajustes nas vitrines e o desempenho das vendas nas últimas semanas. Ele me mostrou os relatórios e algumas propostas de campanha — tudo estava dentro do esperado, mas, como sempre, eu quis revisar cada detalhe. Perfeição era a base da Maison Bianchi.
Quando finalizei a chamada, a noite já havia caído sobre Nova York. As luzes da cidade brilhavam pela janela do meu escritório, refletindo-se no vidro como um mar de estrelas urbanas. Mandei uma mensagem para Clara, que respondeu dizendo que já estava em casa. Peguei as chaves e fui até o seu apartamento.
Rafaela abriu a porta com um sorriso tímido.
— Oi — disse ela, um pouco sem graça.
— Oi, Rafaela — respondi, cumprimentando-a antes de entrar.
Clara surgiu do quarto, os cabelos soltos e o olhar sereno. Ao me ver, sorriu e veio direto pa