Passamos mais dois dias na fazenda. Eu precisava voltar — os negócios não paravam, tampouco esperavam.
Ao entardecer, Ethan nos acompanhou até a pista de voo. Ele levaria o carro de volta para casa.
Enquanto o jatinho decolava, eu estava com o notebook no colo, adiantando algumas coisas. Clara olhava a paisagem pela janela. Estava apreensiva, silenciosa.
— Quer conversar? — perguntei, fechando o notebook e fitando-a.
— Estou aqui pensando em como vai ser voltar para a loja depois de tudo o que aconteceu — respondeu, sem me encarar.
— Você não precisa voltar se não quiser — falei com calma.
— O quê? — ela perguntou, confusa.
— Isso mesmo, Clara. Você não precisa voltar se não quiser. Você está comigo — finalizei.
— Eu não quero o seu dinheiro, Lorenzo. Sempre corri atrás dos meus propósitos. E eu ainda preciso pagar o cheque que você me emprestou para a cirurgia do meu pai — disse ela, agora me olhando nos olhos.
Mantive meu olhar firme no dela. Clara era espetacular — uma mulher de va