A mansão está silenciosa agora. Os convidados já se foram, a música parou, e até as luzes mais fortes foram apagadas, deixando só o brilho suave dos lustres menores.
Entro no quarto devagar, tirando os brincos e deixando os sapatos no canto. Meus pés doem, minha cintura parece que vai quebrar ao meio, e meu peito está sensível como sempre. Ainda assim, estou com um leve sorriso. Foi um bom dia, tirando o veneno da víbora da Martina.
Ouço a porta se fechar atrás de mim. Matteo tranca, como sempre faz.
Ele vem até mim em silêncio, até parar bem atrás. Sinto o calor dele antes do toque.
— Fiquei te observando o tempo todo. — a voz dele vem baixa, rouca, arrastada. — Você sabe o que faz comigo quando fala daquele jeito, né?
— Que jeito? — pergunto, já sabendo exatamente.
Ele desliza os dedos pela minha cintura, me puxando de leve para trás, contra o corpo dele.
— Quando se impõe. Quando lembra para todo mundo que é minha. — Matteo passa o nariz pela minha nuca. — Quando deixa claro