Os dias estavam cada vez mais longos.
Os enjoos vinham como ondas violentas, e a cada manhã eu acordava sentindo como se estivesse sendo punida por algo. Nada ficava no estômago. A cabeça latejava. O corpo pesava. A alma também.
E Matteo...
Ele estava ausente.
Sempre saía cedo. Voltava tarde. Evitava longas conversas. Estava resolvendo “coisas da família”, como ele dizia. Coisas que eu sabia que envolviam sangue, lealdade e decisões frias. Mas o que mais doía era perceber o quanto ele estava se afastando justo agora, quando eu mais precisava.
Isabella mal olhava na minha cara.
Quando falava, era com sarcasmo ou raiva. Às vezes, me dava medo. Outras, apenas uma tristeza profunda.
Eu sabia que não podia forçar amor, mas o silêncio dela me destruía por dentro.
Estava no quarto, deitada de lado, uma das mãos sobre o ventre, tentando imaginar como seria esse bebê.
Será que seria como Matteo? Será que viria com o mesmo temperamento, a mesma intensidade?
Ou será que teria os olhos fech