O silêncio dentro do carro era sufocante. Matteo dirigia com a expressão fechada, a mão pesada no volante, como se qualquer curva fosse uma guerra. Eu, no banco ao lado, tentava controlar a náusea que já não era mais só física, era psicológica também. Estava indo confirmar o que meu corpo gritava há dias: eu estava grávida. Aos 17. Do homem mais perigoso que já conheci.
Do Don.
— Você está pálida. — ele soltou, sem me olhar. — Quer que eu pare o carro?
— Não. Só... me deixa respirar. — resmunguei, sentindo o estômago revirar.
— Você está com medo do quê, Angeline? — Ele me olhou de canto. — Eu estou aqui.
A frase, dita com a voz rouca e firme, deveria me acalmar. Mas não fazia. Porque estar com Matteo significava estar em um mundo onde não existia volta. Onde decisões não eram debatidas. Onde um filho era mais do que só uma criança, era um símbolo de domínio, de legado.
O hospital da máfia ficava escondido entre galpões, com fachada discreta. Matteo era recebido com reverência,