Acordei com a luz suave da manhã filtrando pelas frestas da cortina e o som distante de panelas vindo da cozinha. Miguel ainda dormia, o rosto sereno, como não via há tempos. Giulia também repousava em seu quartinho, e por um instante senti o coração calmo.
Vesti o robe e desci devagar, sentindo o aroma de café fresco e pão quentinho invadir o corredor. Encontrei Maria na cozinha, de costas, com o avental amarrado na cintura, cantarolando baixinho uma música em espanhol.
— Bom dia — falei baixinho, tentando não assustá-la.
Ela virou-se com um sorriso que sempre parecia envolver a gente num abraço silencioso.
— Bom dia, menina Isa. Dormiu bem?
Assenti, aproximando-me da bancada.
— Posso te ajudar com alguma coisa?
— Ora, claro que pode. Pega ali o pote de frutas, vamos preparar uma salada para a senhorita Giulia. Tem que começar o dia com energia — disse, com aquele jeito firme e ao mesmo tempo amoroso que aprendi a admirar.
Ficamos ali, lado a lado, cortando morangos, maçãs e mamão. O