O sol filtrava timidamente pelas janelas do hospital quando o Dr. Vitor entrou no quarto, sorrindo com aquele jeito calmo e firme que, aos poucos, eu tinha aprendido a admirar. Miguel estava sentado na poltrona ao lado da cama, com Giulia deitada em seu colo, os olhos atentos à história que ele sussurrava. Eu estava encostada na parede, de braços cruzados e coração ansioso, tentando parecer tranquila.
Dr. Vitor parou ao pé da cama, pegou a prancheta e nos olhou com um ar mais leve do que o habitual.
— Tenho boas notícias — começou, e imediatamente senti Miguel se endireitar um pouco. — A resposta da Giulia à primeira sessão foi positiva. Ela se manteve estável, sem intercorrências graves, e os exames de hoje mostram que o organismo dela está reagindo bem.
— Isso é... isso é bom, não é? — perguntei, tentando conter a emoção.
Ele assentiu com um sorriso contido.
— Sim, é um excelente sinal para essa etapa inicial. Por isso, a equipe decidiu que ela poderá continuar o tratamento em casa.