O corredor do hospital estava silencioso naquele início de manhã, como se o mundo tivesse diminuído o volume por respeito à dor de quem passava por ali. Andei com passos contidos ao lado de Isabella, enquanto meus sogros vinham um pouco mais atrás. Ninguém dizia nada desde que entramos. O clima era tenso, denso, como se todos estivéssemos evitando respirar muito fundo. E eu sabia por quê. Hoje seria o dia do exame de compatibilidade. O dia em que, talvez, descobriríamos uma esperança. Ou... a falta dela.
Giulia estava no quarto com uma das enfermeiras que ela já tinha aprendido a chamar pelo nome. Antes de sairmos, ela me deu um beijo na bochecha e pediu que eu levasse um suco de maçã na volta.
— Promete que vai voltar rápido, papai?
— Prometo, minha princesa. — Beijei sua testa com força. — E vou trazer o suco e boas notícias.
Ela sorriu, confiante, como se eu fosse capaz de vencer qualquer coisa. Como se o mundo ainda fosse simples e seguro. E por um momento, desejei acreditar nisso