O silêncio do carro era diferente naquele início de manhã.
Saí do hospital pouco antes dos médicos passarem e o café da manhã ser servido. Giulia dormia tranquila, enquanto Isa se acomodou na poltrona ao lado da cama para ver um pouco de televisão. Nossa rotina tinha se estabelecido assim nos últimos dias, entre Giulia e ir até a nossa casa apenas para manutenções. O trabalho não via mais a minha presença, meu braço direito tinha assumido e pela primeira vez em anos eu precisei me ausentar.
Nada faria sentido sem a minha pequena.
Isabella não saiu do nosso lado, mesmo com a presença dos avós de Giulia, ela ia poucas vezes até a nossa casa para descansar, trocar de roupa e conversar com Maria, que todas as noites rezava pela nossa pequena. Não questionei Deus pelo tamanho da minha dor, ainda não, mas não me faltam motivos.
Hoje eu precisei de um momento com a pessoa a quem eu e Giulia amamos.
A cidade ainda despertava lentamente, as ruas úmidas refletindo a luz suave e cinza do céu. E