O silêncio da sala de espera era um tipo de ruído ensurdecedor. O som ritmado do meu pé batendo no chão era a única coisa que me mantinha ancorada naquele instante. Miguel estava sentado ao meu lado, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos entrelaçadas em frente à boca. Os olhos fixos na porta por onde Giulia havia sido levada horas atrás.
A imagem dela pálida, deitadinha na maca enquanto os enfermeiros a levavam para exames, ainda ardia na minha mente.
— Vai ficar tudo bem — murmurei, tentando soar confiante enquanto encostava minha mão sobre a dele.
Ele virou o rosto para mim, seus olhos estavam vermelhos, e por um instante, ele apenas assentiu. Era raro ver Miguel tão vulnerá