O abraço se desfez devagar, mas Miguel não me soltou por completo. Seus dedos ainda estavam presos às minhas costas, como se temesse que eu fosse desaparecer se me afastasse demais. Quando nossos olhos se encontraram, aquele mesmo calor que eu vinha evitando há semanas voltou a queimar na minha garganta.
— Você vai me beijar? — a pergunta saiu baixa, quase um desafio.
Ele não hesitou.
— Sim.
E então, seus lábios encontraram os meus. O primeiro toque foi suave, quase hesitante, como se ele ainda duvidasse que tinha permissão para estar ali. Mas quando eu respondi ao beijo, puxando-o mais perto pelas laterais da sua camisa, algo se quebrou dentro dele.
Miguel gemeu contra a minha boca, suas mãos desceram pelas minhas costas com uma urgência que me fez tremer. Eram grandes, quentes, pesadas – e quando uma delas apertou minha bunda por cima do tecido fino do pijama, um arrepio percorreu minha espinha.
— Isa... — ele murmurou, separando-se por um segundo só para me olhar com olhos escuros,