Um café pareceu uma boa ideia para descansar. De qualquer forma, percebi que não ia conseguir dormir sem antes tomar algo quente.
Coloquei o casaco mais pesado que tinha à mão e enrolei o cachecol no pescoço. O frio da noite londrina era diferente de tudo que eu já tinha sentido. Era úmido, insistente, capaz de atravessar até as roupas mais grossas.
A cafeteria no fim da rua estava quase fechando, mas a luz baixa e o aroma de pão recém-saído do forno me chamavam. Entrei, me sentindo um pouco como uma personagem de filme no primeiro ato da história.
— Um latte, por favor. — pedi ao atendente, tentando parecer mais confiante do que estava.
Enquanto esperava, olhei pela janela. A rua estava vazia, apenas algumas poucas pessoas apressadas passando com seus guarda-chuvas fechados. Londres parecia sempre em movimento, mesmo na quietude.
— Latte para Giulia! — chamou o atendente.
Peguei o copo com um sorriso e agradeci. Estava pronta para sair quando tudo aconteceu em câmera lenta: o som da