Eu não sabia exatamente o que esperar quando Noah abriu a porta do apartamento e segurou-a para que eu entrasse. Um aperto tomou conta do meu peito, uma mistura estranha de ansiedade e curiosidade. Carregava Serena nos braços, encolhida contra mim, respirando tranquila. Mesmo sem lembranças nítidas, algo em mim dizia que esse seria um momento importante, como se um novo fio fosse costurado em tudo o que ainda estava solto dentro de mim.
Dei alguns passos para dentro e senti o cheiro do lugar. Não sei explicar, mas parecia uma combinação de tinta fresca e café. Aquele aroma, de algum jeito, foi capaz de me acalmar. O apartamento era amplo, iluminado por grandes janelas que deixavam a luz do fim de tarde pintar os móveis com tons dourados. O estilo era moderno, industrial, cheio de linhas retas, móveis em tons de preto, cinza e madeira. Havia plantas em pontos estratégicos que quebravam a frieza do concreto, e eu percebi o quanto o espaço era bem cuidado, como se cada detalhe tivesse si