Conseguir que Serena adormecesse foi como vencer uma batalha. O pequeno corpo dela finalmente relaxou contra o meu peito, os olhinhos pesados se fechando devagar, até que sua respiração suave e compassada preencheu o quarto. Eu a deitei com cuidado no berço que Isa havia preparado, ajeitando o cobertorzinho até o queixo dela. Fiquei parado ali por alguns minutos, olhando para minha filha, sentindo o peso esmagador de tudo que havia acontecido em menos de vinte e quatro horas.
Ela parecia tão intocada pela tragédia. Serena era pura inocência, um pedacinho de vida que não tinha ideia de que a mãe estava entre a vida e a morte. Senti a garganta arder e fechei os olhos por um instante, tentando controlar a emoção. Eu não podia desmoronar agora. Não diante dela.
Isa entrou silenciosamente no quarto, apoiando-se na porta, com aquele olhar cansado mas firme que sempre transmitia força. Ainda havia um pequeno curativo em sua testa, lembrança viva do acidente. Ela me observava sem dizer nada,