O murmúrio abafado das vozes ecoava dentro da galeria como se o espaço tivesse se tornado uma sala de tribunal. Policiais iam e vinham, tirando fotos, medindo ângulos, registrando cada detalhe das paredes destruídas. O cheiro de tinta e poeira ainda impregnava o ar. Eu estava parado no centro do salão, tentando manter a calma, mas cada estilhaço de vidro no chão me parecia uma punhalada na pele.
A preocupação não era somente com as minhas obras que foram danificadas, mas também com a imagem da galeria. Um ataque como esse há poucos meses depois que eu assumi a galeria era um grande desastre
Um dos investigadores se aproximou, um homem baixo, cabelos grisalhos e olhar cansado.
— Analisando o padrão da ação… não estamos tratando de um roubo comum.
Eu ergui os olhos, buscando firmeza.
— Como assim?
Ele suspirou, coçando o queixo.
— Os vândalos tinham tempo para levar as obras. Algumas valem milhões, como o senhor sabe. Mas não tocaram em nada que pudesse ser vendido. Eles destruíram. Ráp