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Capítulo 2: Escolhas Difíceis - Miguel Benites

O despertador tocou às 5h30, mas eu já estava acordado, não me lembro a última vez desde que dormi uma noite inteira.

Sou Miguel Benites, CEO de uma das maiores empresas de segurança do mundo. Meu corpo parece ter um relógio interno que não me permite descansar por muito tempo. Levantei devagar, tentando não fazer barulho para não acordar Giulia.

Na cozinha, preparei café preto para mim e um copo de leite com achocolatado para ela. Enquanto isso, Maria nossa governanta, se encarregou do resto, já que as longas horas no trabalho me impediam de cuidar da nossa alimentação.

Depois subi para o quarto dela. Giulia estava encolhida sob as cobertas, abraçada ao ursinho de pelúcia.

— Princesa, hora de acordar — falei baixinho, sentando na beira da cama. Ela abriu os olhos devagar, o rosto ainda sonolento.

— Não quero ir pra escola, papai.

— Eu sei, meu amor. Mas você é tão esperta… precisa ir para ficar ainda mais inteligente. — Passei a mão nos cabelos dela, fazendo-a sorrir de leve. — Vamos, o café já está na mesa.

Com um pouco de insistência e carinho, consegui fazer Giulia levantar. Mas um e-mail do trabalho precisou da minha atenção e deixei que Maria terminasse de trocá-la e pentear seus cabelos.

Uma função que ela fazia por amor e não por ser sua.

Não importa o quanto eu tentasse, nunca parecia suficiente, pois ela precisava de algo que eu não conseguia suprir.

No carro, ela estava quieta, olhando pela janela com o ursinho nos braços. Eu sabia que aquela expressão distante era um sinal de que algo a incomodava, mas não queria pressioná-la.

Quando a deixei na escola, ajoelhei-me para ficar na altura dela.

— Qualquer coisa, me liga, tá?

Ela assentiu e entrou devagar pelo portão, olhando para trás algumas vezes. Cheguei ao escritório com mais de vinte minutos de atraso. Carmen, minha secretária, estava me esperando na porta com uma pilha de documentos.

— Miguel Benites, atrasado de novo? — disse com o tom firme que só ela consegue usar comigo.

— Eu precisei levar Giulia para a escola. — Passei a mão nos cabelos, tentando reorganizar os pensamentos. — Não dá para deixar ela sozinha.

— Eu sei, mas o senhor precisa de ajuda. Já pensou em contratar uma babá? — Não, Carmen. Não quero uma estranha cuidando da minha filha.

Ela me lançou aquele olhar que mistura paciência e desaprovação.

— Pense nisso, pelo menos.

— Não. — Fui direto para minha sala, tentando enterrar o assunto.

O dia seguiu num turbilhão de reuniões, relatórios e decisões. Entre as quais dediquei todo o meu tempo e atenção, e que me impediram de ver as três ligações perdidas da escola.

Então o telefone tocou pela quarta vez.

Meu coração gelou ao ver o número da escola.

— Senhor Benites? Aqui é a diretora Ana Paula. Giulia teve um ataque de choro. Ela se recusou a ficar na sala de aula. Achamos melhor o senhor vir buscá-la.

— Estou a caminho.

Saí às pressas, deixando Carmen com uma expressão preocupada. No caminho, tentei pensar em uma maneira de ajudar Giulia. Talvez eu estivesse errado em achar que poderia ser pai e mãe ao mesmo tempo.

Encontrei minha filha sentada na diretoria, abraçando o ursinho com tanta força que parecia que ele era a única âncora dela no mundo.

— Papai… — ela sussurrou ao me ver, e correu para os meus braços. — Estou aqui, princesa. Vamos para casa.

— Não quero ficar aqui… — ela soluçava.

— Eu sei, meu amor. Não precisa

Assinei a saída dela e a levei comigo. Mas ao invés de voltarmos para casa, levei-a ao escritório. Eu não podia faltar a mais reuniões, e não suportava deixá-la sozinha.

Quando entramos, Carmen ergueu as sobrancelhas ao ver Giulia em meus braços.

— Parece que a pequena Benites vai trabalhar com o papai hoje — disse, tentando aliviar o peso do momento.

— Ela vai ficar aqui comigo — falei, sério.

Giulia sentou-se em uma poltrona no canto da sala, com o tablet que Carmen lhe entregou para distraí-la. Eu tentei focar nos relatórios, mas cada olhar para minha filha me lembrava do que Carmen havia dito. Talvez ela tivesse razão.

Carmen apareceu na porta com uma bandeja nas mãos, equilibrando um copo de suco e alguns biscoitos. Ela lançou um olhar rápido para mim antes de se agachar na frente de Giulia, que ainda segurava o ursinho com força, sentada na poltrona do canto da sala.

— Deve estar com uma fome danada depois de tanto choro.

Giulia balançou a cabeça, o rosto ainda escondido na pelúcia.

— Não quero comer…

— Mas o ursinho quer, não quer? — Carmen estendeu um biscoito como se fosse para o brinquedo. — Aposto que ele está faminto.

Giulia olhou de relance para Carmen, os lábios tremendo numa tentativa de conter outro choro.

— Eu não quero mais ir para a escola — murmurou com a voz embargada. — Lá é ruim… eu quero ficar com o papai.

Senti o coração apertar e me ajoelhei ao lado dela.

— Meu amor, eu sei que foi um dia difícil — falei, passando a mão em seus cabelos. — Mas a escola é importante. Papai também não gosta de ficar longe de você, mas precisamos ser fortes, lembra?

— Eu não quero — insistiu ela, fungando. — Eu só quero aqui… com você. Carmen suspirou e se sentou ao lado dela, pegando sua mãozinha com delicadeza.

— Giulia, às vezes fazemos coisas que não gostamos para ficarmos mais fortes e inteligentes. E sabe o que mais? Seu pai também faz isso todos os dias. Ele só trabalha tanto porque ama você.

Giulia olhou para mim, os olhos marejados. Eu engoli em seco, sentindo um nó na garganta.

— É verdade, princesa. Eu faço tudo por você. E se você comer um pouquinho agora, prometo que a gente pode desenhar juntos mais tarde aqui no escritório. O que acha?

Ela hesitou, mas quando Carmen estendeu outro biscoito para o ursinho, Giulia pegou devagar e deu uma mordida pequena.

— Assim que se faz, minha valente — Carmen disse, piscando para mim. — E amanhã a gente pensa juntas em como a escola pode ficar menos chata. Combinado?

Giulia assentiu, ainda com o rostinho abatido, mas uma pontinha de sorriso se formou em seus lábios.

Quando o relógio marcou 18h, Carmen entrou na sala novamente. Sem dizer nada, colocou uma pasta sobre minha mesa. Na capa, lia-se:

“Candidatas para babá – Urgente”

Levantei os olhos para ela.

— Carmen…

— Não é uma sugestão, Miguel. É uma necessidade.

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