O cheiro me atingiu antes mesmo de abrir a porta. Um aroma quente, familiar, que se espalhava pelo corredor do prédio e denunciava que Noah estava cozinhando. Meu coração disparou de imediato, acelerado como se tivesse acabado de correr uma maratona.
Por mais que eu tentasse manter os pés firmes no presente, momentos assim sempre me puxavam de volta para Londres, para aquela garota de vinte anos que ria enquanto observava um garoto alto e determinado tentar preparar um jantar improvisado no minúsculo fogão do meu antigo apartamento estudantil.
Apertei a alça da bolsa no ombro, respirei fundo e girei a chave.
A cena diante dos meus olhos quase me desmontou. Noah estava na cozinha, avental amarrado de qualquer jeito, mexendo uma panela com concentração exagerada. Ao lado, sentadinha no cadeirão com as perninhas balançando, estava Serena, que observava tudo como se o pai fosse um verdadeiro chefe de cozinha. Quando a porta se abriu, os dois viraram ao mesmo tempo — e eu juro que meu peit