A luz suave do sol entrava pela fresta da cortina, tocando meu rosto e me despertando aos poucos. Não precisei abrir os olhos para saber onde estava. O cheiro. A tranquilidade. O silêncio que não era silêncio, mas sim o som leve da respiração de Serena ao meu lado. Tudo dizia “casa” — mas não era minha casa. Era a dele.
Virei a cabeça devagar e vi minha filha, ainda entregue ao sono, seus cabelos castanhos levemente bagunçados, a boquinha entreaberta. Toquei seu rostinho com a ponta dos dedos, sentindo aquela pele quente e macia que sempre me lembrava do quanto eu precisava proteger esse pequeno ser, custasse o que custasse.
— Bom dia, minha flor… — sussurrei, sorrindo sozinha. Ela se mexeu, esfregando o rostinho no travesseiro. — Vamos levantar, está na hora do banho.
Peguei Serena no colo, ela soltou um resmungo e logo me abraçou, apoiando a cabeça no meu ombro. Caminhei até o banheiro do quarto e abri a torneira da banheira pequena, deixando a água cair morna. Enquanto a enchia, ti