Deixar Serena na casa dos meus pais nunca é fácil. Por mais que eu confie neles de olhos fechados, meu coração parece sempre ficar um pedacinho menor quando me despeço dela. Naquela manhã, o céu de Madrid estava limpo e o sol já aquecia as paredes claras da rua quando estacionei o carro em frente ao portão.
Isa apareceu na varanda, sorrindo, e meu pai já estava lá dentro com Serena no colo, balançando-a levemente como se dançassem uma música que só eles conheciam.
— Bom dia, querida! — Isa falou, abrindo o portão. — Dormiu bem?
— Mais ou menos. — Sorri cansada, ajeitando a bolsa no ombro. — Serena acordou uma vez, mas Noah ficou com ela.
Isa arqueou uma sobrancelha, divertida.
— Ele ficou? Parece que está mesmo tentando, não é?
Assenti, sentindo meu peito esquentar.
— Está. E, Isa… sobre os cuidados dela…
— Eu sei, Giulia. — Isa me interrompeu, já séria. — A glicemia, os horários das mamadas, e observar qualquer sinal de hipoglicemia ou irritação. Pode ficar tranquila.
Meu pai surgiu