O dia parecia mais longo do que qualquer outro desde que cheguei a Madrid. Quando a última cliente saiu e a cafeteria finalmente ficou vazia, respirei fundo, tentando aliviar a tensão que ainda me prendia pelos ombros. A conversa com Noah ecoava na minha mente em cada detalhe — o choque nos olhos dele, o tom ferido da voz, a pergunta que despedaçou meu coração: “Você deixou de me amar?”
Guardei os últimos utensílios, desliguei as luzes e travei a porta da cafeteria. Vicente e Clara já tinham ido embora, e eu os despedi mais cedo porque precisava de um momento sozinha. Hoje, cada barulho, cada movimento parecia maior do que eu podia suportar.
A noite caía sobre Madrid, tingindo as ruas de laranja e azul. O reflexo dos postes iluminava o vidro do meu carro quando entrei e fechei a porta, o som abafado me dando uma estranha sensação de proteção. Coloquei as mãos no volante, respirei fundo e tentei controlar a tremedeira que insistia em dominar meus dedos.
Liguei o motor e dirigi devagar,