Narrado por Bento
Encontrei Gregório num galpão afastado da cidade, onde ele costumava guardar armas e carros blindados. Quando cheguei, ele estava com as mangas dobradas, cigarro na boca e o olhar perdido, como quem já sabia o que eu ia dizer.
Mas quem me surpreendeu mesmo foi o outro homem que tava com ele.
Marcelo.
De pé, ao lado de uma mesa de metal, com uma pistola desmontada e um colete tático aberto no peito. Os dois pareciam estátuas, como se tivessem sido esculpidos da mesma matéria: ferro, fúria e silêncio.
Gregório me olhou e acenou com o queixo.
Gregório:
— Avisa de uma vez, Ben. Descobriu o que a gente precisa?
Fechei a porta atrás de mim, respirei fundo e fui direto ao ponto.
Bento:
— Dragan tá se movendo. Tem um leilão clandestino acontecendo sábado à noite em Varsóvia. Os nomes envolvidos são os mesmos que lavaram dinheiro do atentado contra Anastácia.
Marcelo arregalou minimamente os olhos ao ouvir o nome da mulher dele. Não falou nada, mas o maxilar travado já dizia