O retorno a Santa Aurélia foi marcado por uma serenidade diferente. Isabel olhava pela janela do carro, a mão esquerda pousada sobre o colo, onde o anel cintilava discretamente à luz do entardecer. A cada vez que seus olhos recaíam sobre aquela joia, o coração acelerava, como se ainda custasse a acreditar que o pedido de Gabriel fora real.
Ele dirigia em silêncio, mas havia um brilho de satisfação em seu olhar, um ar de tranquilidade que raramente deixava escapar. Quando estacionaram diante do solar, Isabel respirou fundo. A hora de contar à mãe havia chegado.
Teresa aguardava na sala principal, sentada em uma das poltronas de veludo, envolvida por bordados que costurava. Ao ver a filha entrar, sorriu, mas logo percebeu algo diferente: Isabel parecia iluminada.
— Como foi a viagem? — perguntou, sem disfarçar a curiosidade.
Isabel caminhou até ela, sentando-se ao seu lado. Gabriel permaneceu em pé, observando-as em silêncio. Então, Isabel estendeu a mão para que Teresa visse o anel.
O