Guilherme
O copo de uísque girava em sua mão, gelo tilintando contra o vidro do copo, mas Guilherme mal percebia o sabor da bebida. Seus amigos riam alto, falavam de casos antigos da polícia, de novas missões e escândalos da corporação, mas para ele tudo era um borrão sonoro.
O bar era escuro, elegante, com iluminação âmbar e bolsa nova rolando no pequeno palco, preenchendo o ambiente com um charme decadente. Guilherme estava afundado em uma das poltronas de couro, uma pilha de folhas dobradas no bolso interno da jaqueta.
Os prontuários.
Desde que deixou o prédio do Grupo Martins naquela manhã, ele não conseguia pensar em outra coisa. Tinha conseguido aquelas cópias graças a um contato antigo com a investigadora de casos corporativos. Um deslize ético, sim. Mas necessário.
Samanta estava sendo manipulada, ele tinha certeza disso agora. Desde que viu aquele homem ao lado dela, aquele tal de Darius, algo havia apertado em seu peito. E agora, com os papéis entre os dedos, as palavras em