Capítulo 39

O café da manhã mal havia começado, e o salão permanecia iluminado pela luz fria da manhã, que tornava o silêncio mais nítido do que ele realmente era. Bianca pousou o guardanapo com cuidado, como aprendia a fazer — sem pressa, sem ruído.

Helena tirou o anel do dedo e o deixou sobre a mesa, gesto lento, quase meditativo.

Alberto recostou-se na cadeira com naturalidade ensaiada; quem não o conhecesse diria que estava relaxado. Quem conhecia, sabia que ele nunca relaxava de verdade.

— Comeu pouco — observou Helena, sem levantar os olhos.

Bianca engoliu a última migalha de pão antes de responder:

— Foi o suficiente.

Alberto ergueu o olhar, avaliando-a como se medisse metal em vez de menina.

— Suficiente para quê? — perguntou, voz calma demais.

Bianca sentiu o peito apertar. Não era uma pergunta, e ela sabia.

Helena fez um leve movimento — um giro discreto de pulseira — antes de intervir:

— Ela está cansada. A já estamos no meio da semana.

— Intensidade não impede o corpo de pedir energi
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