O café da manhã mal havia começado, e o salão permanecia iluminado pela luz fria da manhã, que tornava o silêncio mais nítido do que ele realmente era. Bianca pousou o guardanapo com cuidado, como aprendia a fazer — sem pressa, sem ruído.
Helena tirou o anel do dedo e o deixou sobre a mesa, gesto lento, quase meditativo.
Alberto recostou-se na cadeira com naturalidade ensaiada; quem não o conhecesse diria que estava relaxado. Quem conhecia, sabia que ele nunca relaxava de verdade.
— Comeu pouco — observou Helena, sem levantar os olhos.
Bianca engoliu a última migalha de pão antes de responder:
— Foi o suficiente.
Alberto ergueu o olhar, avaliando-a como se medisse metal em vez de menina.
— Suficiente para quê? — perguntou, voz calma demais.
Bianca sentiu o peito apertar. Não era uma pergunta, e ela sabia.
Helena fez um leve movimento — um giro discreto de pulseira — antes de intervir:
— Ela está cansada. A já estamos no meio da semana.
— Intensidade não impede o corpo de pedir energi