(POV Dorian )
O silêncio dentro da fenda não era repouso.
Era um tipo de espera amarga, como o segundo antes de um trovão.
O fogo ardia baixo, cuspindo brasas tímidas, e as sombras dançavam nas paredes molhadas de pedra como se também estivessem em vigília.
Ronan guardava a entrada com a postura de fera que nunca relaxa. Hale ainda riscava sinais no chão, como se calcular rotas fosse a única maneira de enganar a ansiedade. Caelan vagava de um lado a outro, inquieto, os ombros tensos demais para esconder a raiva. Gregor permanecia sólido, imóvel, braço direito de confiança, como pilar que sustenta o teto quando tudo ameaça cair.
E Selene…
Ela estava sentada contra a parede, coberta por um cobertor áspero, o ombro enfaixado. O sangue tinha parado, mas o selo brilhava sob a pele como se quisesse lembrar a todos que nada estava resolvido.
Eu devia estar pensando na próxima rota, nos caçadores da Ordem, no risco de emboscadas. Mas cada vez que olhava para ela, esquecia do mundo.
Ela não pa