(POV Caelan )
O fogo da noite já havia morrido, restando apenas brasas fracas que mal iluminavam os rostos ao redor. Ainda assim, o cheiro de sangue não saía da clareira. Nem do meu nariz, nem da memória.
Selene estava deitada, protegida demais, cercada demais. Dorian vigiava como se fosse guardião da própria Lua. Ronan rondava como fera acorrentada, cada passo pesado, cada olhar pronto para esmagar qualquer ameaça. Hale analisava o perímetro, calculando tudo com aquela calma insuportável. Elias… Elias fingia indiferença, mas os punhos dele tremiam, denunciando que o elo também o queimava.
E eu? Eu me corroía em silêncio.
A flecha que atingiu o ombro dela não me rasgou a carne, mas eu senti. Como se tivesse atravessado minha pele. Como se tivesse deixado uma marca que ninguém poderia ver. Quando ela gemeu, eu gemi por dentro. Quando o sangue escorreu, minha garganta fechou. E isso me enfureceu mais do que qualquer inimigo.
Não era amor. Não era ternura. Era obsessão.
E obsessão não pe