(POV Caelan)
Depois da recepção nada calorosa, conseguimos chegar à tenda de Dorian. Elias foi amarrado e preso a uma rocha, como o animal maldito que é.
E eu? Eu fiquei encarregado de cuidar dela. Enquanto o Alfa e o guerreiro mantinham a ordem, eu vigiava a estrela da Lua.
As sombras me ouvem melhor do que qualquer confidente.
Não tramam, não julgam, apenas guardam. Quando falo sozinho, é a elas que confesso — e elas me respondem com o silêncio que engole os vivos.
— Você falhou. — sussurram, finas como vento frio nas frestas da fenda.
Rio baixo, amargo.
— Talvez. Ou talvez tenha encontrado algo maior do que a missão.
Selene dormia ao alcance da minha mão.
O selo brilhava sob a pele como se gritasse que pertencia ao mundo inteiro, mas cada pulsar prateado era uma corrente que me prendia.
A respiração dela era lenta, profunda. O peito subia e descia como se o universo fosse simples. Só era assim porque eu estava ali.
Estendi a sombra até a beira do colchão. A escuridão roçou no braço