(POV Elias Drave)
O silêncio dos lobos pesava mais do que gritos.
A cada passo que dava dentro da fenda, minhas botas batiam contra a pedra úmida e ecoavam alto demais. Mas havia outro som, invisível, que eu não podia ignorar: ranger de dentes, rosnados contidos, ódio preso nas gargantas. Era um julgamento sem juiz e sem defesa, e eu estava no centro.
A fenda cheirava a terra molhada, fumaça que nunca se dissipava e sangue antigo. As paredes pareciam respirar, como se fossem costelas de uma fera adormecida. Não era lar. Era covil. E, ainda assim, todos me olhavam como se eu fosse o verdadeiro monstro que ousara cruzar a porta.
“Um caçador.”
A palavra viajava de boca em boca como veneno.
Meu corpo reagia no automático: ombros firmes, olhar reto, respiração controlada.
Drave não teme.
Mas o elo me traía.
Cada vez que Selene inspirava, meu peito se movia junto. Cada batida do coração dela vibrava dentro do meu como corrente em brasa. Era humilhação. Eu, herdeiro da Ordem, carregava dentr