(POV Selene)
A água ainda escorria pelo meu corpo quando fechei a torneira. O silêncio que veio depois foi quase ensurdecedor. Meus joelhos tremiam, a pele ardia e a boca ainda carregava o gosto de Caelan, como se o veneno dele tivesse entrado em cada veia.
Encostei na parede fria, respirando fundo. Eu devia estar exausta, despedaçada, incapaz de me mover depois do que tinha acabado de acontecer. Mas não estava. O contrário: cada músculo parecia pulsar, vivo, como se tivesse acabado de acordar de um sono longo demais.
Passei a mão pelo rosto, tentando me recompor, mas a sensação não passava. Era como se a água não tivesse levado embora o fogo. Ele ainda queimava por dentro.
Meus olhos caíram para o pulso. O selo brilhava, fraco, mas constante. Sempre ali, sempre latejando. Toquei a marca com a ponta dos dedos e um arrepio percorreu meu corpo inteiro, da base da nuca até os pés.
— Que diabos você está fazendo comigo? — murmurei sozinha, para a cicatriz viva que nunca se calava.
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