(POV Selene)
A terceira noite está perto o bastante para eu ouvi-la respirando pelo vão das janelas. O símbolo no chão já foi apagado, mas ficou gravado em mim. Meu sangue, no centro. Meu nome, na borda que ninguém escreveu.
— Hoje a gente não “espera” — Ronan diz, prendendo o cabelo com um elástico surrado. — A gente vai até eles.
Dorian não concorda nem discorda. Ele só me observa, como quem mede vento. Caelan, claro, sorri como se fosse aniversário dele.
— Três contra uma alcateia inteira? — provoco, tentando esconder o frio na barriga.
— Quatro — Dorian corrige. — Você conta.
Eu deveria me sentir lisonjeada. Sinto medo. E fome. Não de comida. Daquela outra coisa que arde sob a pele quando a lua sobe.
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O “santuário” dos Filhos da Lua era uma fábrica abandonada no lado morto da cidade. Tijolos suados de umidade, janelas quebradas, cheiro de ferrugem e mofo. No telhado, marcas de vela. No pátio interno, círculos de sal queimado. E no centro, a mesma lua mordendo a p