(POV Selene)
O depósito ainda cheira a sangue, mesmo depois que os corpos foram retirados. Eu me sento no canto, o bastão ainda nas mãos, como se fosse a única coisa me mantendo no chão. O eco da luta pulsa na minha pele, como se ainda estivesse acontecendo dentro de mim.
Dorian e Ronan discutem em voz baixa do outro lado da sala. Não entendo todas as palavras, mas o tom é claro: eles falam de mim. Sempre de mim. Como se eu fosse uma tarefa a ser resolvida, uma arma a ser moldada. Nunca só... eu.
— Fascinante. — A voz nova corta o ar como um sorriso afiado. — Ela mal chegou e já virou o centro das atenções.
Levanto os olhos.
Caelan está encostado no batente da porta, braços cruzados, um sorriso preguiçoso nos lábios. Ele parece não se importar com o cheiro metálico, nem com a tensão no ar. Os olhos claros, quase prateados, brilham com algo entre diversão e desafio.
— O que você quer, Caelan? — Dorian pergunta, sem disfarçar o desagrado.
— Só ver a estrela da noite. — Ele se afasta da