(POV Elias Drave)
A primeira coisa que senti foi o cheiro.
Não o cheiro da terra — mas de ferro, mofo e sangue antigo.
Os túneis respiravam como uma criatura adormecida, e cada passo ecoava longe demais.
Eu sabia que não devia estar ali, mas também sabia que não havia outro caminho.
O conselho de Dorian havia decidido que uma pequena patrulha exploraria os túneis sob a montanha — ruínas de uma cidade antiga, destruída quando a Ordem ainda fingia que existia justiça.
Mas para mim não era só missão.
Era retorno.
Esses corredores eram o ventre da Ordem, o mesmo chão em que eu aprendi a matar lobos.
Ironia dos deuses — agora eu voltava para salvá-los.
Atrás de mim, o som das botas de Ronan batia como trovão contido.
À frente, Caelan caminhava em silêncio absoluto, sombras se movendo em volta dele como se o escuro obedecesse.
E no meio de todos, Selene.
A luz dela era o que iluminava aquele buraco sem fim — e, maldição, também o que me queimava por dentro.
Tentei ignorar o selo.
Tentei fin