Maurício trouxe as duas caipirinhas e bateu o martelo:
— Termina e vamos.
Clara estava no fim do copo e, já mais leve pelo álcool, retrucou com um sorriso torto:
— Na-na-ni-na-não! Vou beber mais um pouco. Eu se fosse você também beberia pra me aguentar, porque gente bêbada é chata, mas hoje eu vou ficar insuportável.
Ele pousou a mão sobre o segundo copo, firme:
— Não vai não. Você vai falar comigo. Não é assim que se resolvem as coisas.
— Depois que eu beber, a gente fala, então. — Ela pegou o copo e virou de uma vez só.
Reclinou-se na cadeira de metal e riu para ele:
— Ah, grandão… Para de ser chato. Quem conversar? Uma pergunta e um shot. Topa?
— Vai ser rápido? Porque, se eu beber, vamos ter que voltar a pé.
— Ô, meu consagrado! — gritou para o barman. — Tem tequila?
— Acho que tem, hein… Opa, tem sim! — O barman sacudiu a garrafa.
— Traz pra cá com dois copos, sal e limão!
O casal gótico da mesa da frente se inclinou. O rapaz de moicano perguntou:
— Tem