O Norte dormia em paz.
As montanhas respiravam devagar, embaladas pelo som da neve.
O nome de Helena permanecia gravado no gelo, brilhando sob a lua — agora inteira, sem feridas.
O vento cantava como se cada sopro fosse lembrança.
Mas em algum lugar, bem abaixo do altar, onde o gelo se tornava pedra e a luz não alcançava, algo se moveu.
Um pulsar.
Baixo, constante.
Antigo demais para ser esquecido.
Aren caminhava sobre o vale ao amanhecer.
O manto dourado arrastava na neve, e os lobos o seguiam em fila.
Nos olhos dele, a serenidade dos que viram o amor vencer — mas também o peso dos que sabem que nada vence para sempre.
Ele parou diante do altar e se ajoelhou.
O nome dos pais brilhava com o toque da lua.
— Pai. Mãe. — murmurou. — O Norte respira. Mas respira fundo demais.
O vento respondeu em sussurros.
Helena e Kael falavam juntos, em uníssono, através do ar.
— Cada paz carrega o embrião da tempestade.
— E cada filho carrega o chamado do mundo.
Aren abaixou a cabeça.
— Então é verdad