O tempo passou como vento sobre o gelo.
Os anos foram lentos no Norte, mas o silêncio nunca mais foi o mesmo.
Ele não pesava — respirava.
E, dentro dele, vivia o som de um nome que jamais se apagou.
Helena.
O Norte murmurava esse nome em cada aurora.
Os lobos ainda uivavam em reverência.
Erynn, agora muito velha, dizia que o mundo só seguia inteiro porque alguém, um dia, ousou amar sem medo de morrer.
Aren crescera.
O menino de olhos dourados tornara-se homem.
Caminhava com a calma dos que aprenderam a escutar antes de falar.
E Kael — o Alfa silencioso — envelhecia ao seu lado, sereno, em paz.
Naquela noite, o céu estava limpo.
A lua, pela primeira vez desde a guerra, subiu inteira e prateada, sem sombra, sem divisão.
Aren olhou pra ela e sorriu.
— Ela voltou — murmurou.
Kael assentiu, o olhar brilhando sob a luz fria.
Com os dedos, escreveu na neve: “A lua não volta. Nós é que voltamos a vê-la.”
Aren leu e riu, com ternura.
— Ainda és o poeta que nunca falou.
Kael apenas tocou o ombr