Eles subiram da ala antiga em silêncio.
Não o silêncio comum da casa, mas um silêncio espesso, que parecia se agarrar às roupas, aos cabelos, à respiração. Helena sentia como se tivesse atravessado um lugar onde o tempo não corria direito — e agora o corpo precisava reaprender a se mover no presente.
A cada degrau, a sensação de estar sendo observada aumentava.
Não por olhos.
Por atenção.
Kael ia à frente, atento a qualquer variação no ar. O silêncio dele estava em alerta máximo, como um animal que percebe o cheiro de outro predador antes mesmo de vê-lo. Helena seguia logo atrás, mantendo Lyria próxima ao corpo, sentindo o coração da filha bater rápido demais para alguém tão pequena.
— Ele sentiu — Lyria murmurou, quebrando o silêncio denso.
Helena fechou os dedos em torno da mão da filha.
— Quem?
— O homem de vidro.
A voz da menina saiu baixa, mas firme. — Quando a sílaba voltou… quando “rian” apareceu… ele escutou.
Erynn parou no meio da escada.
— Tens certeza?
Lyria assentiu.
— E