O silêncio que ficou depois da frase de Lyria — “meu nome é a porta” — parecia mais pesado que a própria noite.
Helena sentiu a mão suar no ombro da filha.
Kael manteve-se imóvel, mas a cicatriz em sua garganta pulsava como um aviso.
O ar não voltou a funcionar até Erynn bater o cajado no chão.
— Todos para dentro. — Ela ordenou. — O vale vai nos ouvir se ficarmos aqui.
O povo obedeceu.
Os lobos recuaram devagar, como se estivessem guardando espaço para a família passar.
Helena pegou a mão de Lyria.
— Vamos entrar.
— Mas ele falou de novo, mãe. — Lyria insistiu, apertando a concha. — Não pela lua. Pela água.
Helena respirou fundo.
— E é por isso que vamos para dentro. Água não tem paredes. A casa tem.
Kael passou o braço pelas costas de Helena e conduziu as duas pelo corredor.
Ronan fechou a porta atrás deles.
A sala grande estava acesa, três lamparinas no chão formando um triângulo de luz.
Erynn apontou para elas.
— As três sombras.
— Que sombras? — Helena perguntou.
A anciã ergueu o