A neve começou a cair de novo, mas dessa vez sem frio.
Os flocos pareciam cinzas de luz, descendo devagar, pousando sobre o vale como bênção.
O Norte voltara a respirar.
E cada sopro parecia murmurar o mesmo nome — Helena.
Aren caminhava descalço, o manto arrastando no gelo.
Seguia o som que vinha do vento, uma melodia antiga, feita de sussurros.
Ao seu redor, os lobos o acompanhavam em silêncio, com passos leves e respeito quase humano.
No alto da montanha, Erynn esperava.
O cajado dela brilhava em prata e dourado, as cores do novo Norte.
— Está pronto? — perguntou.
— Nunca estive mais. — Aren sorriu. — O vento me ensinou o que é eternidade.
Erynn o observou, emocionada.
— Hoje escrevemos a última palavra desta era.
— Não será uma palavra. Será um nome.
Kael subiu logo atrás, silencioso como sempre.
Os olhos cansados refletiam o mesmo brilho do filho.
A cicatriz na garganta havia desaparecido — no lugar, um traço de luz.
Helena, pensou ele, ainda curava.
Quando chegaram ao topo, o mu