O Norte aprendeu que o mar não avisa com trombeta.
Ele insinua primeiro.
Na madrugada do segundo dia, a maré subiu um dedo a mais do que o costume.
Depois, dois.
No terceiro sopro do vento leste, subiu cinco — rápido, compacto, sem espuma.
No Altar de Escuta, a concavidade tremeu como tigela que vai transbordar.
Erynn acordou antes do braseiro.
— Dormido quer falar alto — disse, batendo o cajado no chão.
Helena já vinha, manto nos ombros, a runa do entre ardendo.
Kael, com os braços nus, subiu no meio da ponte: o corpo inteiro virou porta.
Ronan soprou a flauta torta: aviso de obra, não de medo.
— Chama a Patrulha de Memória — pediu Helena. — E acorda as aldeias: hoje a gente canta trabalhando.
Sigrid jogou cordas, travou andaimes, apertou nós como quem acalma cavalo antes de relâmpago.
Marta de Cinza chegou correndo, a mão pousando no nome do filho.
— Eu fico no altar — disse, sem pedir licença à dor.
Brenno trouxe pranchas e ganchos, envergonhado de ainda gostar de se sent