Início / Lobisomem / A LUNA DO ALFA SEM VOZ / ✦ CAPÍTULO 46 — A VOZ DO ECO
✦ CAPÍTULO 46 — A VOZ DO ECO
O eco começou pequeno.

Como quem testa a própria casa com os dedos.

Na terceira madrugada de obra, a ponte respirava: cada laje assentada devolvia ao vale um som que não era ruído de pedra — era resposta.

Marta dormia ao pé do altar, a mão sobre o nome do filho; Brenno roncava baixo, envergonhado até dormindo; Sigrid tricotava nós no escuro, porque velhas importantes não apagam.

Helena acordou com a sensação de que alguém a chamava pelo nome certo sem usar voz.

Levantou, cobriu os ombros, encostou a palma na pedra.

A runa acendeu, mansa.

— Estás ouvindo? — sussurrou.

A ponte sim.

No leste, atrás da curva, luzes tardias.

Não caravanas — torres de escuta do Conselho do Sul, erguidas depressa, com bocas de bronze apontadas para o vale, como trompas que engolem.

No cimo de cada torre, homens de capas brancas manuseavam cilindros de vidro — instrumentos que lembravam conchas, mas eram copos para tirar voz do ar.

Ronan percebeu quando o vento mudou de rumor.

— Eles vieram caçar eco
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