O eco começou pequeno.
Como quem testa a própria casa com os dedos.
Na terceira madrugada de obra, a ponte respirava: cada laje assentada devolvia ao vale um som que não era ruído de pedra — era resposta.
Marta dormia ao pé do altar, a mão sobre o nome do filho; Brenno roncava baixo, envergonhado até dormindo; Sigrid tricotava nós no escuro, porque velhas importantes não apagam.
Helena acordou com a sensação de que alguém a chamava pelo nome certo sem usar voz.
Levantou, cobriu os ombros, encostou a palma na pedra.
A runa acendeu, mansa.
— Estás ouvindo? — sussurrou.
A ponte sim.
No leste, atrás da curva, luzes tardias.
Não caravanas — torres de escuta do Conselho do Sul, erguidas depressa, com bocas de bronze apontadas para o vale, como trompas que engolem.
No cimo de cada torre, homens de capas brancas manuseavam cilindros de vidro — instrumentos que lembravam conchas, mas eram copos para tirar voz do ar.
Ronan percebeu quando o vento mudou de rumor.
— Eles vieram caçar eco