Na manhã seguinte, o vento vinha do sul, cheiro de tinta fresca e papel de decreto.
Helena o reconheceu antes de ver: o vento da lei de fora.
No alto do barranco, o Curador de Brumas reapareceu.
Não trazia bacias nem mantos prateados, mas escribas.
Três homens de luvas limpas, tinteiros presos à cintura, e uma mulher com olhar de ferro que carregava uma bandeira branca com selo dourado: o Símbolo do Conselho do Sul.
— Venho em nome da Ordem das Fronteiras e da Palavra Escrita — anunciou o Curador, com a cortesia do carrasco que se oferece para afiar a lâmina. — Não para brigar, mas para reclamar jurisdição.
Abriu o livro, e desta vez não havia runas, apenas documentos selados.
— A ponte que erguem une território sujeito às Leis de Registro. Nenhuma estrutura pode ser construída sem aprovação do Conselho do Sul.
Sigrid ergueu as sobrancelhas.
— Então agora o sul quer cobrar imposto de pedra?
— Quer controle de palavra, dona de agulha — respondeu o Curador, sem desrespeito. — Toda