O silêncio do Alfa espalhou-se como neblina.
Durante sete dias, o Norte não ouviu vento, nem rio, nem oração.
Mas na oitava noite, algo se moveu.
O primeiro uivo veio do leste — longo, profundo, ferido.
Depois, outro respondeu do oeste, mais rouco, mais violento.
E então dezenas, centenas de vozes preencheram o vale.
Os lobos haviam escolhido lados.
Helena estava no alto da muralha quando ouviu o coro.
A lua crescia, redonda e dividida — metade prata, metade sombra.
Erynn subiu ao lado dela, o cajado brilhando em luz trêmula.
— O Norte partiu o coração.
— Quantos uivos ouves? — perguntou Helena.
— Dois exércitos. Um chama por Aren. O outro… por Kaen.
Helena fechou os olhos.
— E Kael?
— Ainda calado. Mas o silêncio dele é o que mantém o mundo inteiro respirando.
Lá embaixo, Aren olhava o horizonte.
Os lobos brancos corriam em sua direção, as patas tocando o gelo como se flutuassem.
Cada um trazia no olhar o brilho prateado do Coração.
Eles pararam diante dele e se curvara