O sol começava a nascer sobre São Paulo, tingindo o horizonte com tons alaranjados que mal conseguiam apagar a escuridão da noite anterior. O armazém agora estava em silêncio, exceto pelo som de respirações ofegantes e o leve gotejar da água que caía de um cano quebrado. Isabela se encostou contra a parede fria, o coração ainda acelerado pela luta.
Rafael, com a camisa rasgada e um corte discreto no braço, parecia inabalável. Mas Isabela o conhecia bem o suficiente para perceber a tensão escondida atrás de seus olhos. Ele a observava em silêncio, como se buscasse coragem para dizer algo que vinha guardando havia muito tempo.
— Rafael... — ela começou, mas a voz falhou. — O que realmente está acontecendo? Quem é você de verdade?
Ele desviou o olhar, respirando fundo.
— Você merece a verdade. Mas não sei se está pronta para ouvi-la.
— Estou investigando tudo isso porque quero respostas. — A firmeza de Isabela contrastava com o cansaço estampado em seu rosto. — Então me dê uma.
O silênci