O corpo de Kris enrijeceu diante das palavras de Henry, com a mandíbula se contraindo enquanto as mãos se fechavam em punhos ao lado do corpo, e a voz dele, baixa e gélida, cortou o ar pesado como uma lâmina.
— O que foi que você acabou de dizer?
O sorriso de Henry se alargou, com o tom carregado de arrogância.
— Você me ouviu, Miller. Vim buscar minha filha.
O ambiente ficou tomado por um silêncio total, interrompido apenas pela respiração leve de Tessa, que se prendia a Kris com força, e o olhar de Henry logo encontrou a menina escondida atrás da perna do pai, assumindo em seguida um tom de doçura fingida.
— Oi, docinho. — Disse ele, dando um passo à frente. — Você se lembra de mim, não é? Eu nunca te contei antes, mas eu sou o seu papai. Você é a minha filha.
Tessa ficou imóvel, com as pequenas mãos apertando com mais força a calça de Kris, e sua vozinha, frágil, porém desafiadora, rompeu o silêncio.
— Isso não é verdade! Meu papai é ele! — Ela enterrou o rosto contra a perna de Kri