Henrick Duval — POV
A Base Monteiro dormia de olhos abertos.
Henrick Duval caminhava pelos corredores metálicos, o som dos próprios passos ecoando como metralha abafada.
O ar cheirava a ozônio, limpeza e medo.
Acima dele, câmeras giravam lentamente, como serpentes de vidro.
Sabia que cada movimento era monitorado.
Sabia, também, que cada monitor tinha um ponto cego — porque fora ele quem os criara.
O crachá no peito dizia “Segurança Nível 4 – Setor Sigma”.
Mas aquele era apenas o disfarce.
Henrick era mais do que um segurança.
Era o fantasma que garantia que Luana Monteiro pudesse respirar.
O turno da madrugada era o mais perigoso.
As patrulhas se revezavam, os drones flutuavam nos corredores, e os cientistas dormiam em módulos selados.
Henrick conhecia o padrão de cada guarda, cada desvio de percurso.
Quando passou pelo painel de energia do Subnível 02, fingiu ajustar um cabo.
Na verdade, conectou um microdispositivo em forma de grampo.
O transmissor piscou discretamente, i