Correntes Invisíveis

Isabela's POV

A chuva não cessara desde a noite anterior.

Isabela observava as gotas escorrerem pela janela como se o mundo chorasse por ela.

Arthur ainda não respondia.

Mas o que doía era saber que ele estava ali — próximo, insistente, recusando-se a deixá-la partir.

O corpo dela reagia de maneiras estranhas: o enjoo constante, a sensibilidade, os sonhos.

Sonhos com água.

Com uma voz chamando seu nome.

Luana havia aparecido pela manhã, sorridente demais.

— Soube que ele veio aqui ontem à noite — disse, casualmente. — Estava desesperado.

Isabela fingiu indiferença. — Não me importa.

— Claro que importa. Você ainda o ama.

A frase ficou pairando no ar como uma acusação.

Isabela desviou o olhar. — Amar não é o bastante.

Luana se aproximou. — Você tem certeza de que quer desistir dele? Ainda dá tempo.

Isabela respondeu com calma: — Eu já desisti de mim.

Luana arqueou as sobrancelhas, fingindo surpresa, mas no fundo algo começava a incomodá-la.

— Como quiser, maninha. Mas lembre-se: a verd
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