Em território inimigo

Sua dignidade estava ferida, mas o pior era a reação do seu corpo ao toque dele. Nunca um homem a havia afetado daquela maneira. Nunca.

Mas o pior de tudo... era saber que talvez sua mãe tivesse razão.

Se envolver com Mikail poderia ser mesmo muito perigoso.

Perigoso demais para o seu corpo.

Perigoso demais para o seu coração.

um coração que nunca foi capaz de amar e nem se entregar a alguém traumatizado , por vários homens que ela viu se aproveitar da sua mãe ,de sua carência para lhe enganar ,isso até ela encontrar José Pedro , ou único pai que ela teve e que mesmo vendo o quanto ele amava sua mãe ,não tirou o trauma que ela tinha de se entregar a um homem e ser ferida por ele tanto quanto sua mãe foi .

Na manhã seguinte ,Sofia despertou com o coração acelerado, o corpo quente, os lençóis revirados ao redor de suas pernas nuas. A respiração vinha entrecortada e sua pele parecia viva demais, como se ainda sentisse o toque das mãos dele.

Mikail.

Ela fechou os olhos com força, tentando afastar as imagens que seu próprio inconsciente conjurara com tamanha precisão. A boca dele deslizando por sua pele. As mãos másculas apertando sua cintura. A rigidez do corpo dele se encaixando ao dela, como se fossem feitos sob medida um para o outro. O sussurro rouco dele dizendo que ela era dele.

Meu Deus... eu sonhei com ele.

Ela levou as mãos ao rosto, envergonhada de si mesma. Como podia ter tido um sonho erótico com aquele homem? Aquele playboy arrogante, sedutor, perigoso... O mesmo que havia a beijado com brutalidade, e ainda assim a deixado desejando mais.

— Você está ficando louca, Sofia... completamente louca — murmurou para si mesma, levantando da cama com raiva contida.

Precisava se recompor. Não podia permitir que ele invadisse sua mente — e muito menos seu corpo — daquela forma. Não podia se distrair. Havia uma missão, uma dívida moral com sua mãe. Ela viera para fazer justiça , para assumir o que lhe foi deixado. Para enfrentar os Oslov, não para se deitar com um deles.

Entrou no banheiro e tomou uma ducha fria, tentando apagar as memórias do sonho. Mas a água não levou embora a sensação daquele beijo, nem a lembrança do calor entre suas coxas.

Depois de se vestir com elegância — uma calça social preta, uma camisa branca de seda e um salto discreto — desceu para o saguão do hotel para tomar seu café.

Foi quando o celular tocou.

— Mãe? — atendeu, tentando soar mais firme do que se sentia.

Do outro lado da linha, a voz de Vera era doce, porém decidida.

— Bom dia, filha. Só liguei para te avisar... eu não vou me mudar para Minas.

— O quê? Mas mãe, você prometeu... disse que ficaria perto de mim.

— E eu queria, de verdade. Mas aqui no Rio eu construí algo, Sofia. Fiz amizades verdadeiras, tenho uma vida nova. E, sinceramente, já que você decidiu se enfiar de vez no ninho de cobras dos Oslov, não posso te seguir. Eu sei que você é teimosa, filha... puxou isso de mim. Sei que vai até o fim com essa história de vingança ,mas eu apesar de te amar muito e odiar viver longe você eu não vou voltar para essa cidade que só me traz lembranças ruins.

— Mãe...

— Escuta. Convidei uma amiga minha para dividir o apartamento. Ela está se separando, vai ser bom para nós duas. E você... você precisa é colocar a cabeça no lugar e voltar para cá ,filha ,porque aqui é seu lugar perto de mim e longe de toda essa gente ruim, mas mesmo que não faça nada do que eu estou dizendo eu sempre vou está aqui para você filha por te amo muito.

Sofia apertou os olhos, engolindo o nó na garganta.

— Eu te amo também, muito , mãe e sempre que puder eu vou te visitar.

Desligou o telefone com o peito apertado. Queria tanto sua mãe por perto... Mas entendia a recusa dela em voltar para um lugar que só lhe trazia lembranças terríveis .

Respirou fundo, finalizou o café e subiu para terminar de arrumar suas coisas. A partir de agora, estaria definitivamente envolvida com os Oslov. Iria ocupar seu lugar como herdeira legítima da mineradora... e se instalar na mansão da família. Claro , sem a aprovação deles , coisa que ela não precisava.

Horas depois, ao chegar na imponente propriedade cercada por segurança e luxo, foi recebida com expressões incrédulas e olhares cortantes.

Ludmila, a sua tia a olhou como se ela fosse sujeira no salto do seu scarpin. Ao lado dela, Tatiana — a filha, uma cópia da mãe ,loira e aparentando ter uns 30 anos , parecia ter saído de uma capa de revista, mas com o comportamento de uma criança mimada.

— O que essa aí está fazendo aqui? — Tatiana estalou, cruzando os braços com drama.

Sofia não se deu o trabalho de responder. Apenas seguiu em frente, acompanhada pelo advogado da família, que fizera questão de oficializar sua presença na mansão como herdeira legítima da parte deixada pelo velho Alfredo.

Foi quando adentrou a sala... e congelou.

Mikail estava descendo as escadas .Com peito nu, delineado por músculos definidos e marcados, vestindo apenas uma calça de moletom cinza que marcava com perfeição o volume de seu membro ,que pelo jeito era grande mesmo estando relaxado.

Ao lado dele, uma mulher ruiva e belíssima,a noiva que estava ao lado dele na leitura do testamento que agora ela sabia que se chamava Irina.

Ela trajava apenas uma camisola negra. om um robe por cima ,o que deixava claro que passou a noite ali com ele.

O olhar de Mikail caiu sobre Sofia no mesmo instante.

E algo mudou.

Não era só o choque de vê-la ali, firme, determinada, com aquele seu olhar de desafio, mostrando que realmente não tinha medo dele nem de ninguém. E, como aconteceu no dia anterior, a sua beleza mexia muito com ele — principalmente quando fixou o olhar em seus lábios cheios e se lembrou do sabor deles .O beijo roubado lhe veio à mente como uma explosão, vívido, quente, provocante. Mikail sentiu uma fisgada no baixo-ventre. O desejo crescia, incontrolável, e ele precisou cerrar os punhos ao lado do corpo para tentar conter a reação do seu corpo, que começava a trair sua frieza habitual.

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